
Como a consistência e a cadência podem contribuir para seus dias de pouca energia para o trabalho.
Convenhamos, é impossível ser alegre e motivado o tempo inteiro. Não estamos no auge de nossa disposição e energia durante horas e dias a finco. E por isso, pergunto, o que você faz quando não está motivado?
Esses dias vi o post na rede social de uma executiva brasileira que perguntava “como burlar os dias em que não estamos tão felizes”? Isso me deixou pensativo sobre o que acontece nos dias em que não temos tanta disposição, mas ainda assim, nos cobramos para apresentar a melhor performance. Talvez nos cobremos por não querer perder tempo, não perder oportunidades, talvez por ser detalhista e exigente com processos e procedimentos.
Mas, às vezes, simplesmente não se está com vontade. Normal, natural. Nosso cérebro utiliza um processo de auto-regulação, em que nos momentos que é mais exigido, recorrerá a todos os recursos para conseguir dar conta da demanda. No entanto, quando não se tem uma demanda exigente, o cérebro tentará “guardar energia”, para que esteja recuperado quando precisar de mais um pico de performance.
Isso é o que acontece com nossa reserva de energia através da alimentação. Quando alimentamos nosso corpo com poucas refeições, teremos necessidade de comer maior quantidade para compensar os picos de desgastes e para salvaguardar gordura, no intuito de possuir energia em estoque.
Mas, o que isso significa? Uma vez assisti uma palestra incrível do Amyr Klink, velejador, construtor naval, escritor e palestrante (o qual sou fã desde que li seu primeiro livro), e que me ensinou algo extremamente significativo.
Amyr, comentando sobre sua travessia do oceano Atlântico Sul num barco a remo em 1985, contou que se desgastava muito quando remava 16 horas por dia, sendo que no outro dia ele não queria remar quase nada. O resultado era uma inconstância de performance, pois haviam os dias de boa disposição, seguidos por um ou dois dias de “preguiça” e desânimo.
A solução foi ser persistente em um único foco. REMAR 12 HORAS. Nem mais, nem menos… Não seriam feitas concessões para mais ou para menos. O que significava que faria o esforço na medida certa, estando disposto para o dia seguinte, e o seguinte, e o seguinte, até que se atingisse a costa brasileira, depois de 100 dias remando.
Existem pessoas que dão o máximo de si em um dia, em uma situação, e esperam que no dia seguinte elas consigam o mesmo. Podem até conseguir por um período de tempo. Porém, vai chegar o momento em que seu cérebro não aguentará mais tanto desgaste e recursos. Os sinais de estresse e conflitos estarão cada vez mais evidentes.
Para evitar tudo isso… Reme 12 horas no seu dia. Nem mais, nem menos. E se for exigido para um desafio, respeite seu momento.
Amanhã é dia de retomar o ritmo.